3 erros que impedem as empresas de reduzir o %
de atrasos
A experiência nos revela estes são os erros que impedem as empresas de reduzir o % de atrasos:
- Primeiro, a falta de alinhamento dos processos de crédito com a estratégia geral da empresa.
- Segundo, o desconhecimento do perfil da base
- E, finalmente, a não utilização das ferramentas adequadas
Essa pergunta foi efetuada por um dos participantes do treinamento.
De imediato devolvi a pergunta ao grupo, e as respostas mais comuns foram:
- Aprovação de clientes de alto risco;
- Conceder limite de crédito acima da capacidade de pagamento do cliente, e
- Não possuir uma estrutura de cobrança eficiente.
Causas ou consequências?
Embora possamos concordar que esse conjunto de situações impacta os indicadores de inadimplência, é importante avaliar que eles são consequências e não causas.
Vamos então repassar cada um dos erros que citei no início deste artigo:
Falta de alinhamento dos processos de crédito com estratégia geral da empresa.
Por diversas vezes identificamos situações nas quais a área de crédito não participa de decisões estratégicas da empresa, tais como:
- passar a atuar em uma nova região,
- mudança na estrutura comercial,
- entrada em um novo segmento,
- dilatação de prazos, parcelamentos..
Esses são exemplos de decisões que obrigatoriamente requerem da área de crédito alterações em seus procedimentos.
E quando falamos de procedimentos, nos referimos não só a análise de crédito, mas de gerenciamento da sua base.
Mesmo em empresas menores, estar ciente de qual caminho se escolheu para ampliar o faturamento, é fundamental.
Entretanto, não é raro identificarmos este cenário como um dos pontos centrais que mantém a inadimplência acima do patamar desejado.
Isto porque muitas muitas vezes a área de crédito mantém padrões tradicionais de atuação que não estão condizentes com a situação atual.
- Diagrama da Política de Crédito
Propositalmente, neste diagrama incluímos todos os pontos – que na nossa visão, são importantes para se formular uma Politica de Crédito alinhada com a estratégia geral da empresa.
Notem que o conhecimento da estratégia comercial e de marketing aparece como um dos pilares, e ao lado dela, temos um outro item igualmente importante: Margem dos Produtos.
Esses são itens fundamentais a serem considerados, pois dependendo do perfil de clientes que se deseja trabalhar, é preciso ajustar o patamar de risco, e isso nos levam para o próximo erro estratégico.
Desconhecimento do perfil da base
Conhecer o perfil da base, efetuar estudos sobre a evolução deste perfil e atuar de forma segmentada são práticas obrigatórias.
Assim, efetuar os estudos indicados no diagrama referente ao perfil da base é a razão que nos leva muitas vezes a apontar problemas que até então não haviam sido identificados.
A base pode mudar em relação:
- Região
- Porte
- Faixa de prazo de venda dos pedidos
- Tempo de fundação das empresas no momento da aprovação de crédito
- Segmento
- Canal de vendas.
E consequentemente, essas mudanças levam a alterações dos resultados.
Não é de repente que se atinge determinado patamar de concentração em um segmento, região ou perfil de risco. Trata-se de um processo lento e contínuo, que acontece diariamente em todas as áreas de crédito.
Então, como adotar ações mais assertivas?
Uma das melhores maneiras é acompanhar o % de participação no faturamento versus o % de valores vencidos em cada uma destas visões.
As empresas que possuem maior controle sobre a inadimplência são aquelas que conhecem sua base a fundo, simples assim.
Já tivemos casos de empresas que os clientes que ingressaram há mais de 5 anos eram responsáveis por 60% do faturamento e possuíam uma performance de 99,8% de recebimento. Por outro lado, os clientes novos, possuíam um patamar de inadimplência de quase 10%.
O fato é que, a não segmentação impedia a identificação deste cenário, e como resultado, inviabilizava a implementação de ações para evitar a deterioração da sua base.
Não utilizar as ferramentas adequadas
Sempre digo que não é possível aprovar crédito no escuro, e felizmente, o Brasil possui excelentes fornecedores de informações de crédito.
Este item está diretamente ligado ao ponto anterior: desconhecer sua base faz com que se mantenha ferramentas que deixaram de ser eficientes.
E fundamental que o profissional de crédito teste constantemente seus bureaus de informação.
Convido-os a conhecer outros produtos, outras soluções, a comparar e desenvolver o hábito de realizar pilotos.
Frequentemente nos deparamos com empresas que utilizavam o mesmo provedor, produto, relatório, e até mesmo, continuava acessando as informações da mesma forma. O erro estava no fato de que estas empresas não avaliaram o grau de aderência destes processo à nova realidade da empresa.
Um exemplo é a forma com que muitas empresas efetuam o monitoramento de risco da base: recebem um relatório em PDF, através do e-mail. O analista abre o PDF e “avalia” a situação de cada CNPJ.
Será que não inventaram uma forma mais eficiente se efetuar este tipo de acompanhamento?
Claro que sim, e isso pode ser feito de forma muito mais eficiente, liberando este analista para outras atividades.
Caso Real
Sempre que possível buscamos exemplificar com um caso real.
Aqui a situação era a seguinte: a base crescia de forma significativa em clientes menores, justamente aqueles responsáveis pela maior parte da inadimplência.
Entretanto, a decisão desta empresa era aumentar o Market Share nos clientes de menor porte.
Daí a importância de haver alinhamento entre os processos de crédito e a estratégia da empresa.
Neste caso a saída foi substituir a ferramenta por outra automatizada, e com isso, monitorar uma maior quantidade de clientes.
A medida que a situação do cliente se alterava, o sistema identificava a alteração e, nestes casos, um novo pedido exigia a atuação do analista de crédito.
Caso queira conhecer um pouco mais, convido a assistir o nosso webinário “Como reduzir a inadimplência, sem impactar negativamente suas vendas”. Neste webinário exploramos mais profundamente cada um destes erros, e, principalmente, como evita-los.
Um grande abraço,
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